UM CÂNCER NO SEIO DA NOSSA FAMÍLIA*
www.google.com.br/images. Uma prova de amor. "O filme intitulado, “Uma Prova de Amor”, dirigido por Nick Cassarotes, lançado em 11 de setembro de 2011, com muitos atores importantes, entre eles: Cameron Diaz, como Sara, Sofia Vassilieva como Kate e Abigail Breslin como Anna. Esta obra caracteriza-se como drama, retratando a situação de uma família, cuja filha recebe o diagnóstico de leucemia".http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=63c0d1be32c9c7e2
Marina da Silva
Esse é o título do livro escrito "a quatro mãos" pelo casal Cleide de Freitas e Sérgio Antunes de Freitas compartilhando como enfrentaram o perrengue câncer de mama. Cleide está curada e o interessante desse relato é a fala do "homem", do companheiro; como ele vivenciou e acompanhou o perrengue da mulher e sua preocupação com a família.
A escrita no livro serviu como suporte, um canal de escape e desabafo, para ambos, além de funcionar como uma espécie de "terapia".
Muitos são os profissionais e leigos que defendem a "escritoterapia" como forma de metabolizar os perrengues da vida, entre eles o câncer.
Com o surgimento do Orkut, Twitter, Blogs, Facebook, What'sApp a escrita ganhou vida em grupos específicos de pessoas que fazem trocas de vivências e experiências, dicas, apoio psicológico, espiritual, de exemplo de fé, coragem e luta em busca da cura ou de viver as "metas" que Deus lhes pôs no caminho da melhor maneira que puder!
www.google.com.br/images. II ENAP-RJ. Encontro Nacional Amigas do Peito/2012.
Quem melhor para entender o que se passa com uma vítima do câncer do que pessoas que estão no mesmo barco ou já conseguiram a cura através do tratamento médico? Uma família virtual que pode materializar-se como o caso do grupo Amigas do Peito do Facebook criado em 2012 pela médica Drª. Marina Maior, vítima do câncer de mama. O grupo cresceu, faz encontros pelo país dando uma chance para as mulheres se conhecerem pessoalmente, trocar experiências, desabafos, fortificar amizades, além de ser um centro de informações com as palestras ministradas a cada encontro por especialistas em pacientes oncológicos. Diagnóstico precoce, rastreamento do tumor via mamografias a partir dos 40 anos, tratamentos disponíveis no SUS, psicoterapias, fisioterapia, os medicamentos usados, respostas para as muitas dúvidas das pacientes, amizade, solidariedade, etc e tal também!
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Goiânia! Não há como mensurar o valor dos grupos virtuais e blogs na condução do tratamento; suporte para desabafos, doação de perucas, dicas, encontros, visitas a hospitais, acompanhamentos em clínicas, lenços, suporte para quem está no tratamento paliativo e para quem acabou de receber o diagnóstico! Os blogs, inicialmente criados para compartilhar fotos, viagens, dicas domésticas, culinária, etc, caiu no gosto de muitos pacientes, homens e mulheres que o usam como diário eletrônico e permite que outros acompanhem todas as etapas do tratamento. Geralmente após o desfecho do tratamento, as postagens vão escasseando até "fechar para balanço"!
O que acontece com a família quando um perrengue como câncer, Aids, Alzheimer e outras doenças graves, crônicas, degenerativas ou famílias que tem um PNE- Portador de Necessidades Especiais muito limitantes no lar?
Quando um ente da família adoece, nasce ou tem uma sequela que necessita de cuidados especiais, sempre há aqueles que assumem e se desdobram na dedicação, nos tratamentos e cuidados e se revezam nas atenções e assistência; há aqueles que assumem tudo inteiramente para si como uma missão dada por Deus, por amor, pela honra, moral, ética e até votos religiosos; muitos pagam cuidadores e acompanham sem muito comprometimento; muitos não podem zelar pelo familiar devido, por exemplo, pela distância entre o local de tratamento e o de moradia da família...
Há pacientes que rejeitam qualquer espécie de ajuda, inclusive de familiares e preferem enfrentar tudo sozinho; tem uma parte que pula fora do barco e sai vazado e tem tantos outros que não estão nem aí com o sofrimento alheio, mesmo sendo um membro da família!
VAMOS FALAR DOS FAMILIARES QUE FICAM E CUIDAM DO DOENTE OU PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS.
Há sempre muita dedicação e zelo; muitos entregam a própria vida ao ente amado em detrimento de sua vida própria e ainda sofrem tanto ou mais que a vítima da doença!
Muitos filmes e livros relatam casos reais: O óleo de Lorenzo, Uma prova de amor e atualmente[2015] no cinema A teoria de tudo (sobre Stephen Hawking) e Para sempre Alice (Alzheimer- ficção).
QUANTO PESA PARA ESTAS PESSOAS CUIDAR, PROTEGER, AMPARAR E DEDICAR-SE AO FAMILIAR DOENTE?
Eles duplicam, triplicam a elasticidade de capacidade e limites físicos/psicológicos para se fazer presente. Não reclamam com o paciente, escondem seus sentimentos e fazem toda a "via crucis" a consultórios, laboratórios, clínicas, hospitais. Zelam pelos cuidados básicos como higiene pessoal, alimentação, deambulação, fisioterapia e massagens e até lazer do paciente. QUE DEUS OS ABENÇOE! DEUS LHES PAGUE! SÃO OS ANJOS DE DEUS EM NOSSAS VIDAS!
Eu, Marina da Silva, estive em ambos os lados: cuidar de pais doentes e paciente vítima de câncer de mama. Pelos meus pais fiz com carinho, amor e dedicação a parte que me coube: amor, carinho, atenção e cuidados de enfermagem, presença, revezamento de plantões diurnos e noturnos com outros familiares. E tudo foi muito doloroso, sofrido, desgastante para a família, mas como tudo ficou mais leve com a divisão de tarefas para cuidar dos meus pais! Pude continuar estudando, trabalhando, cuidando de minhas coisas!
Em 2002 eu estava do outro lado como paciente: diagnóstico de carcinoma invasivo na mama D! O "tumor" caiu como bomba sobre minha cabeça e do meu marido! Explodiu no "seio da família". Ele, Gil, se ergueu rápido, sacudiu a poeira e assumiu tudo sozinho! Cuidar da casa, cuidar da filha de 7.5 aninhos em fase escolar e cuidar da mulher que após a primeira sessão de quimioterapia desabou e entrou em depressão profunda e crises de pânico.
"Que seja leve que seja breve" não funcionou para minha pessoa! Despiroquei total, quadrupliquei, centupliquei a dor e sofrimento de uma doença dolorida, sofrida, impactante, desgastante. Tornei terrível uma doença ruim...
Gil recusou ajuda dos meu familiares próximos e distantes; tomou a tarefa como sua "ordem do dia" todos os dias por longos onze meses de licença, disciplinada e militarmente! Paralisada pelo medo de morrer, entrei em depressão profunda, com pensamentos mórbidos e crises de pânico. Fiz o tratamento aos trancos e barrancos praticamente nos braços e colo dele e de minha filhinha Amanda, meus fiéis escudeiros.
Eu via perigo naquela obstinação de querer dar conta de tudo sozinho, pedi a ele que fizesse acompanhamento psicológico como havíamos providenciado para a filha. Ele recusou, "sou o galo do galinheiro"! Homens!
Então de mulher, esposa, mãe virei DOENTE, PACIENTE que pelo medo de perdê-los me fiz carga pesadíssima, de chumbo grosso! Lógico que me preocupei com o perigo desta situação, mas deixei o medo tomar posse de mim e não consegui levar numa boa o câncer e desabei. Insisti em que ele pedisse ajuda aos familiares, só uma irmã conseguiu fazer alguma coisa naquela insistência de que o marido tem que dar conta de tudo sozinho!
E é lógico que isso afetará a relação do casal ao longo dos anos seguintes de marido/mulher para enfermeiro/doente! Nos próximos dois anos após o término do tratamento a preocupação de ambos comigo era excessiva e obsessiva: horários de medicação, alimentação, terapias psicológica e fisioterapia, controles médicos, idas a clínicas, laboratórios, hospitais. E eu aceitei, deixei, aproveitei! Pronto, confessei. He, he, he. Foram dois anos de escravização. rsrsrs
Assim que firmei o controle da cabeça e da minha vida fui cortando os elos da corrente, liberando-os dos cuidados excessivos.
SE PUDESSE VOLTAR NO TEMPO...faria que tudo fosse mais leve possível e aceitaria de imediato a ajuda psicológica/psiquiátrica como o mastologista prescreveu, indicou e praticamente implorou para eu aceitar! Saburrinha burrita! NÃO POSSO MUDAR O QUE ME ACONTECEU, O QUE FIZ COM A FAMÍLIA. POSSO APENAS AGRADECER ETERNAMENTE TODO ESSE ZELO e...
ACONSELHAR: se você se ver, nas voltas da vida, numa posição como a minha, doente, não recuse o tratamento psiquiátrico e/ou psicológico; aceite ajuda de quem puder ajudar; aceite cuidados de outras pessoas da família, de amigos, dos grupos de apoio de hospitais e clínicas, dos grupos virtuais (pesquisar antes a idoneidade dos grupos, tem muito indivíduo sacana dando golpe na internet aproveitando nossa fragilidade). SE PEDIR DINHEIRO...DENUNCIE IMEDIATAMENTE!
Tem muita gente boa que quer ajudar de coração! Seja o mais leve possível consigo mesmo(a) e com a família! Hoje existe uma ajuda excelente nas redes sociais de grupos de pessoas no mesmo perrengue. Pesquise, conheça os grupos sérios que já são reconhecidos, peça indicação de quem já participa.
NÃO FAÇA COMO EU! NÃO DEIXE O MEDO TE PARALISAR! USE SUA FÉ EM DEUS, FORÇA EM DEUS E FOCO NA CURA! SIGA TODO O TRATAMENTO PRESCRITO PELOS MÉDICOS(AS)! Bjus. Marina da Silva
*Ps: Que conste nos autos: em 2001/2002 não existiam blogs, twitter, Facebook e o medo das novas tecnologias e dos casos de golpes impedia o uso tranquilo do Orkut que eu nem sabia que existia. Eu devia ter sido maior que o medo, fracassei. Hoje eu rio na cara do medo:kkkkk. UIA!
*UM CÂNCER NO SEIO DA NOSSA FAMÍLIA. LIVRO PUBLICADO AQUI NO BLOG. ACESSE http://aatrocha.blogspot.com.br/2010/08/minha-mulher-esta-com-cancer-marina-da.html
MAS E A FAMÍLIA REAL, DE CARNE, OSSO, SANGUE?
www.google.com.br/images. A teoria de tudo, filme em cartaz (fev/2015) conta "A extraordinária história de Jane e Sthephen Hawking.
Quando um ente da família adoece, nasce ou tem uma sequela que necessita de cuidados especiais, sempre há aqueles que assumem e se desdobram na dedicação, nos tratamentos e cuidados e se revezam nas atenções e assistência; há aqueles que assumem tudo inteiramente para si como uma missão dada por Deus, por amor, pela honra, moral, ética e até votos religiosos; muitos pagam cuidadores e acompanham sem muito comprometimento; muitos não podem zelar pelo familiar devido, por exemplo, pela distância entre o local de tratamento e o de moradia da família...
Há pacientes que rejeitam qualquer espécie de ajuda, inclusive de familiares e preferem enfrentar tudo sozinho; tem uma parte que pula fora do barco e sai vazado e tem tantos outros que não estão nem aí com o sofrimento alheio, mesmo sendo um membro da família!
VAMOS FALAR DOS FAMILIARES QUE FICAM E CUIDAM DO DOENTE OU PORTADOR DE NECESSIDADES ESPECIAIS.
www.google.com.br/images. O óleo de Lorenzo, 1992. O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,morre-aos-30-anos-o-menino-de-o-oleo-de-lorenzo,181711O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,morre-aos-30-anos-o-menino-de-o-oleo-de-lorenzo,181711O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema,morre-aos-30-anos-o-menino-de-o-oleo-de-lorenzo,181
Há sempre muita dedicação e zelo; muitos entregam a própria vida ao ente amado em detrimento de sua vida própria e ainda sofrem tanto ou mais que a vítima da doença!
Muitos filmes e livros relatam casos reais: O óleo de Lorenzo, Uma prova de amor e atualmente[2015] no cinema A teoria de tudo (sobre Stephen Hawking) e Para sempre Alice (Alzheimer- ficção).
QUANTO PESA PARA ESTAS PESSOAS CUIDAR, PROTEGER, AMPARAR E DEDICAR-SE AO FAMILIAR DOENTE?
Eles duplicam, triplicam a elasticidade de capacidade e limites físicos/psicológicos para se fazer presente. Não reclamam com o paciente, escondem seus sentimentos e fazem toda a "via crucis" a consultórios, laboratórios, clínicas, hospitais. Zelam pelos cuidados básicos como higiene pessoal, alimentação, deambulação, fisioterapia e massagens e até lazer do paciente. QUE DEUS OS ABENÇOE! DEUS LHES PAGUE! SÃO OS ANJOS DE DEUS EM NOSSAS VIDAS!
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Em 2002 eu estava do outro lado como paciente: diagnóstico de carcinoma invasivo na mama D! O "tumor" caiu como bomba sobre minha cabeça e do meu marido! Explodiu no "seio da família". Ele, Gil, se ergueu rápido, sacudiu a poeira e assumiu tudo sozinho! Cuidar da casa, cuidar da filha de 7.5 aninhos em fase escolar e cuidar da mulher que após a primeira sessão de quimioterapia desabou e entrou em depressão profunda e crises de pânico.
"Que seja leve que seja breve" não funcionou para minha pessoa! Despiroquei total, quadrupliquei, centupliquei a dor e sofrimento de uma doença dolorida, sofrida, impactante, desgastante. Tornei terrível uma doença ruim...
Foto Marina da Silva. Informo que NÃO MORRI...NEM DE MEDO! rsrsrs
Gil recusou ajuda dos meu familiares próximos e distantes; tomou a tarefa como sua "ordem do dia" todos os dias por longos onze meses de licença, disciplinada e militarmente! Paralisada pelo medo de morrer, entrei em depressão profunda, com pensamentos mórbidos e crises de pânico. Fiz o tratamento aos trancos e barrancos praticamente nos braços e colo dele e de minha filhinha Amanda, meus fiéis escudeiros.
Eu via perigo naquela obstinação de querer dar conta de tudo sozinho, pedi a ele que fizesse acompanhamento psicológico como havíamos providenciado para a filha. Ele recusou, "sou o galo do galinheiro"! Homens!
Então de mulher, esposa, mãe virei DOENTE, PACIENTE que pelo medo de perdê-los me fiz carga pesadíssima, de chumbo grosso! Lógico que me preocupei com o perigo desta situação, mas deixei o medo tomar posse de mim e não consegui levar numa boa o câncer e desabei. Insisti em que ele pedisse ajuda aos familiares, só uma irmã conseguiu fazer alguma coisa naquela insistência de que o marido tem que dar conta de tudo sozinho!
E é lógico que isso afetará a relação do casal ao longo dos anos seguintes de marido/mulher para enfermeiro/doente! Nos próximos dois anos após o término do tratamento a preocupação de ambos comigo era excessiva e obsessiva: horários de medicação, alimentação, terapias psicológica e fisioterapia, controles médicos, idas a clínicas, laboratórios, hospitais. E eu aceitei, deixei, aproveitei! Pronto, confessei. He, he, he. Foram dois anos de escravização. rsrsrs
V ENAP-PORTO ALEGRE. 2014. É NÓIS AMIGAS DO PEITO!
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SE PUDESSE VOLTAR NO TEMPO...faria que tudo fosse mais leve possível e aceitaria de imediato a ajuda psicológica/psiquiátrica como o mastologista prescreveu, indicou e praticamente implorou para eu aceitar! Saburrinha burrita! NÃO POSSO MUDAR O QUE ME ACONTECEU, O QUE FIZ COM A FAMÍLIA. POSSO APENAS AGRADECER ETERNAMENTE TODO ESSE ZELO e...
ACONSELHAR: se você se ver, nas voltas da vida, numa posição como a minha, doente, não recuse o tratamento psiquiátrico e/ou psicológico; aceite ajuda de quem puder ajudar; aceite cuidados de outras pessoas da família, de amigos, dos grupos de apoio de hospitais e clínicas, dos grupos virtuais (pesquisar antes a idoneidade dos grupos, tem muito indivíduo sacana dando golpe na internet aproveitando nossa fragilidade). SE PEDIR DINHEIRO...DENUNCIE IMEDIATAMENTE!
Tem muita gente boa que quer ajudar de coração! Seja o mais leve possível consigo mesmo(a) e com a família! Hoje existe uma ajuda excelente nas redes sociais de grupos de pessoas no mesmo perrengue. Pesquise, conheça os grupos sérios que já são reconhecidos, peça indicação de quem já participa.
NÃO FAÇA COMO EU! NÃO DEIXE O MEDO TE PARALISAR! USE SUA FÉ EM DEUS, FORÇA EM DEUS E FOCO NA CURA! SIGA TODO O TRATAMENTO PRESCRITO PELOS MÉDICOS(AS)! Bjus. Marina da Silva
*Ps: Que conste nos autos: em 2001/2002 não existiam blogs, twitter, Facebook e o medo das novas tecnologias e dos casos de golpes impedia o uso tranquilo do Orkut que eu nem sabia que existia. Eu devia ter sido maior que o medo, fracassei. Hoje eu rio na cara do medo:kkkkk. UIA!
*UM CÂNCER NO SEIO DA NOSSA FAMÍLIA. LIVRO PUBLICADO AQUI NO BLOG. ACESSE http://aatrocha.blogspot.com.br/2010/08/minha-mulher-esta-com-cancer-marina-da.html
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